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BIG QUIT: O MOVIMENTO DA DEMISSÃO VOLUNTÁRIA
Milhões de profissionais, em sua maioria abaixo dos 30 anos, têm pedido demissão de seus empregos formais e tentado a vida fora das corporações. Este movimento conhecido como Great Resignation ou Big Quit, começou nos Estados Unidos e já chegou no Brasil. Em uma tradução livre, significa algo como a grande renúncia. Um estudo encomendado pela Você S/A ao estúdio de inteligência de dados Lagom Data mostra que mesmo com 13 milhões de desempregados no país, 500 mil brasileiros pedem demissão por mês, o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia. Mas por que isso tem acontecido e principalmente nessa faixa etária?
Equilíbrio entre profissional e pessoal
A geração Y ou millennials, nascida entre 1981 e 1999, e que hoje beira a casa dos 30 anos, tem outra relação com o trabalho e com a vida. Gerações mais velhas priorizavam mais a estabilidade financeira e hoje até já começam a ver a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Mas para os millennials essa maior igualdade entre o tempo que se dedica à carreira e o tempo para o próprio autocuidado e bem-estar é considerada ainda mais essencial. Eles também querem ter sucesso e reconhecimento profissional, mas sem abrir mão de momentos com a família, de lazer e da possibilidade de colocar em prática atitudes que lhe garantam mais qualidade de vida.
Flexibilidade nas jornadas
A tecnologia proporcionou outras formas de trabalho, que foram impulsionadas pela restrição de mobilidade que a pandemia forçou desde o seu início. Hoje você pode, dependendo da sua profissão, trabalhar em qualquer lugar do globo. Muitos profissionais se desfizeram de suas moradias em grandes centros e migraram para o interior, com imóveis e custo de vida muito mais baratos, além de maior segurança e tranquilidade.
Ser donos dos seus próprios insumos, internet, computador, telefone e local de trabalho, possibilita que o profissional possa prestar serviço para várias empresas e desenvolver uma carreira mais autônoma. Além disso, a busca dos profissionais é por jornadas de trabalho mais flexíveis em que são cobrados por resultados e não mais por carga horária.
Possibilidade de empreender
A possibilidade de empreender também tem despertado a vontade dos profissionais de se arriscarem. Muitos negócios têm barreiras de entrada e riscos baixos, especialmente os que contam com prestação de serviços usando o próprio capital intelectual e a networking desenvolvida ao longo da carreira, além de sempre se poder se arriscar numa start up e quem sabe virar unicórnio.
É claro que eles sabem que ter o próprio negócio exige muitas horas de trabalho e grande dedicação. Mas a possibilidade de ter autonomia, sem um chefe, é um fator importante na decisão desses profissionais que optam pelo empreendedorismo.
O impacto no mercado de trabalho
Este movimento já está mexendo e ainda vai transformar muito mais com o mercado de trabalho. Algumas empresas têm flexibilizado os horários e locais, oferecendo oportunidades completamente remotas ou modelo híbrido. Muitos candidatos nem consideram determinadas vagas se não houver a opção por esse tipo de modelo mais flexível. Também têm investido em locais de trabalho com ambientes físicos e emocionais melhores, com líderes preparados para dialogar e acolher os colaboradores e entender suas demandas.
Além de oferecer salários mais competitivos, bônus, atrativos pacotes de benefícios, algumas empresas têm instituído o chamado IPL, incentivo de longo prazo. Caso o colaborador fique um período maior (geralmente 36 meses ou mais) ele receberá um bônus substancial. Mas o que mais impacta a permanência das pessoas nas empresas é ver propósito na atividade que estão fazendo, sentir que pertencem verdadeiramente àquele ecossistema, que aprendem, que são reconhecidos e podem ser quem realmente são. Que podem exercer seu talento com seus ônus e bônus e não ficar representando papéis para se enquadrarem. Em outras palavras, buscam empresas que têm valores compatíveis com os seus, atuam com propósito, estão atentas a impactos ESG, com respeito à natureza, socialmente engajadas a atuar positivamente e possuem transparência. Empresas que vivem a diversidade, são inclusivas, flexibilidade e remuneração atrativa complementam o pacote.
Ações como essas podem garantir a atração dos melhores talentos e quem atrai e retém as melhores cabeças tem muito mais chance de obter resultados superiores. Entender esse movimento e as causas que levam os profissionais a pedirem demissão pode ser fundamental para tomar essas atitudes e garantir o sucesso do seu negócio.
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