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Outro dia um executivo me procurou dizendo que, após 25 anos de trabalho na mesma empresa, ele havia sido dispensado e estava meio atordoado. Sem direção para a continuidade da carreira. Nestes 25 anos, nunca participou de processos seletivos e precisava de orientação. Como se posicionar em entrevistas, onde procurar novas oportunidades, como mostrar suas habilidades e competências e, até mesmo, que remuneração deveria pretender. Além disso, trazia consigo um sentimento de menos-valia, um certo desapontamento pelo ocorrido e uma sensação de ‘o que eu faço agora’? Socorro!
Foi-se o tempo em que iniciávamos numa empresa e nos aposentávamos nela. Aquela fidelidade por parte do empregador e também por parte do empregado deixou de existir. Não por culpa de nenhuma das partes, mas porque o mercado mudou, a competição passou a ser global e as tecnologias modificam os negócios a todo instante. Vivemos hoje num mundo empresarial muito mais complexo, incerto e, definitivamente, não estável.
Movimentos como o que aconteceu com o executivo acima ocorrem todos os dias e muitos profissionais se veem na mesma situação de perplexidade e sem chão para recomeçar. Mas é aquela velha história, enquanto não acontece comigo, eu nem paro para pensar e muito menos começo a me preparar e a agir considerando essa possibilidade. O que é um grande erro e pode custar bem caro.
É importante ter consciência de que a sua carreira é o seu produto e, portanto, a responsabilidade de tornar o seu perfil atrativo e cobiçado pelo mercado é somente sua e de mais ninguém. E não se deve esperar o fim de um ciclo para iniciar outro. Uma transição de carreira pode e deve ser feita enquanto você está atuando. Com calma e com tempo para se preparar adequadamente, as chances de sucesso são muito maiores.
Abaixo algumas precauções que você pode tomar para ser mais assertivo e atingir seu objetivo de maneira mais equilibrada e com resultados melhores:
Entenda qual é a motivação para mudar
Se você não está feliz no seu atual trabalho, pare, pense e invista um tempo para entender as causas. Isto passa por obter feedback de pares, subordinados e chefia imediata, leitura do cenário que você está inserido e do mercado externo e, acima de tudo, fazer uma análise profunda de você mesmo, o que gosta, o que não gosta, o que te motiva, com que atividades você se sente realizado, suas habilidades, seus gaps. Esta busca pode inclusive resultar em aprendizados e ajustes que te façam mais feliz no atual desafio ou clarear para você que insistir no emprego atual só vai prolongar uma decisão que eventualmente vai tomar no futuro ou pior, que alguém tomará por você.
Se você puder, vale procurar ajuda profissional de mentores, coaches, terapia, orientadores de carreira. Assessment e testes preditivos podem dar bons insights para autoconhecimento. Mas se você não pode arcar com os custos, tente refletir por si, conte com a ajuda de outras pessoas do seu convívio e com o vastíssimo material sobre o tema disponível na internet. Ao pensar na questão e buscar informações, você verá que as respostas ou as perguntas certas aparecerão.
Não faça escolhas impulsivas
Procurar novas oportunidades enquanto está empregado te deixará mais autoconfiante e livre para uma decisão mais assertiva. Assim, você não corre o risco de tomar decisões precipitadas e que gerem impactos negativos na sua carreira, na sua vida e de sua família. Se você planejar sua mudança de carreira com tempo, você pode fazer uma reserva financeira. Quando estamos calçados financeiramente, temos liberdade de tomar a decisão que julgamos mais adequada e isto tem muito valor para a carreira de qualquer profissional.
Lembre-se que sua carreira é seu produto
A carreira que você construiu em uma empresa é o seu produto profissional, é a sua marca e sempre vai deixar um rastro, uma imagem. Então, depois da decisão tomada sobre sua saída, trabalhe até o último dia com o mesmo vigor, como se fosse permanecer na empresa. Não feche portas, saia em grande estilo. Faça uma passagem do bastão com profissionalismo e cuidadosamente. Não deixe seu ex-empregador na mão, ofereça um tempo adequado para que ele possa substituir você com o tempo.
Entenda que a relação empresa-empregado é uma via de mão dupla. Se nem tudo foram flores, certamente houve bons momentos, do contrário sua própria decisão de ficar não foi acertada e você fez parte desta relação. Procure olhar com a lente da abundância e não da escassez. Quando o foco é na abundância, valorizamos aquilo que ganhamos naquele local, as oportunidades positivas que tivemos e abrimos caminhos para novas possibilidades que vão surgir. Já com a visão da escassez, nossa mente se prende a aquilo que falta, isso pode gerar insegurança e medo e assim bloquear ações na busca de novos caminhos profissionais.
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