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As entrevistas de emprego são sempre um momento desafiador para os candidatos, no entanto, a maioria deles já costuma se preparar bem sobre a história da carreira, suas realizações, experiências e os motivos da saída das empresas. Eles sabem trazer na ponta da língua os números de seus resultados, seus pontos fortes e aqueles que precisam ser desenvolvidos. O problema aparece na hora de falar sobre si mesmos. Muitos ficam sem palavras. Improvisam o que acham ser correto ou o que pensam que o entrevistador quer ouvir. Mas afinal, por que um entrevistador quer saber sobre a vida do candidato?

Esta é uma das partes mais importantes das entrevistas de emprego. Nós não somos profissionais e pessoas separadas, nós somos seres inteiros. Não há como desassociar as duas coisas. Ao falar de si, o candidato mostra como vê a vida, seu modo de pensar, suas crenças e seus valores. O que realmente importa para ele, como lida com falhas, suas prioridades, como resolve problemas, como aprende. Quem rodeia sua vida e lhe dá suporte, como ele se insere na comunidade onde vive. Qual sua preocupação de mundo, sua forma de comunicar, sua capacidade de resiliência, preconceitos, crenças limitantes e vieses. Como lida consigo e com os outros, como evolui. Na verdade, todas as soft skills ou as habilidades comportamentais que o entrevistador busca identificar podem ser observadas quando você conta sua história de vida. E acredite, elas estão sendo analisadas.

É claro que toda a sua história de vida está dentro de você mesmo, só que muitas vezes você não consegue criar uma narrativa que faça sentido para quem está ouvindo. E isto acontece porque você não treinou contar a sua própria história e é por isso que as palavras podem faltar nesses momentos ou virem enviesadas. Pessoas com bom nível de autoconhecimento costumam se sair melhor ao falar de si mesmas. E isso nada tem a ver com ser introvertido ou extrovertido, mas sim do quanto eu processo minha vida para mim mesmo ou seja, o quanto eu reflito sobre o que vivi e o que aprendi e consigo trazer isto à tona.

Então, treine! Procure contar a sua história para si mesmo, verdadeiramente. Conte uma, duas, três vezes. Depois conte para outras pessoas e vejam quem você é na ótica delas, quais as dúvidas elas têm sobre você, qual a percepção delas sobre você. Lembre-se que há uma diferença substancial entre o que é e o que parece ser. O que você está mostrando é o que você realmente quer mostrar?  A média de como as pessoas te percebem tende a ser um bom termômetro de como será percebido pelo seu entrevistador.

Agora eu te pergunto, você sabe como é percebido?
Esses exercícios citados acima vão fortalecer sua visão de si mesmo e te ajudar a criar uma narrativa mais consistente e real sobre você. 

Saiba que entrevistadores, especialmente em cargos de gestão, gastam mais de um terço da entrevista tentando conhecer você, como pessoa integral e não só como um profissional, pois o seu talento está em você e não na sua profissão.

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